Em um
passado não muito distante, um Plano de Saúde representava Status, segurança e,
acima de tudo, a certeza do atendimento médico, fácil e rápido. Hoje isso não
acontece e o que se vê são reclamações de usuários insatisfeitos com serviço e,
revoltados, procuram os órgãos de defesa do consumidor em busca de uma solução
para o problema.
Hoje, os problemas enfrentados pelos
usuários dos planos de saúde não são muitos diferentes daqueles do Sistema
Único de Saúde, o (SUS). O péssimo atendimento prestado pelos planos de saúde
tem gerado uma série de denúncias nos órgãos de defesa consumidor. As
reclamações são as mais variadas e vão desde o abuso na cobrança das
mensalidades até a falta de cobertura de vários serviços médicos.
No caso do
SUS, a situação é ainda mais complicada para quem mora no interior do Estado.
Muitos municípios, principalmente os de pequeno porte, não dispõem de serviços
de saúde especializados e por causa disso, os pacientes são encaminhados para
os grandes centros urbanos a exemplo de João Pessoa e Campina Grande.
As
especialidades médicas são referenciadas entre os municípios e os grandes
centros e o paciente já vem com consulta com local e hora marcada. Mas para
fazer os exames o problema é ainda maior, pois terá que voltar ao município de
origem e esperar que abra uma vaga no sistema de marcação e regulação do SUS
que fica a cargo das capitais e outras cidades de grande porte.
Uma professora aposentada do município
de Manaíra, distante 480 quilômetros da Capital, que pediu para não ter o nome
revelado, alegando sofrer algum tipo de pressão ou retaliação por parte do
prefeito da cidade, contou que precisou de uma tomografia para fazer uma
cirurgia de urgência e a solicitação passou cerca de seis meses na Secretaria
de Saúde esperando a autorização o que só aconteceu porque ela ameaçou levar o
caso ao conhecimento do promotor de Justiça de Princesa Isabel.
Ainda com
relação ao SUS, além da demora que já é de praxe, o usuário ainda tem que
enfrentar as questões políticas em seus municípios. Na maioria dos casos, se o
paciente for adversário do prefeito, ele jamais terá o seu exame marcado e foi
justamente isso que aconteceu com a professora aposentada de Manaíra. Mas esse
problema não restringe apenas a esta cidade, outros municípios também agem da
mesma forma e com isso que sai perdendo é o usuário que tem que esperar meses e
meses a espera de atendimento médico.
Mas não são só os pacientes do SUS que
sofrem na hora em que precisam de atendimento médico. Quem tem plano de saúde
também passa pela mesma situação. A assistente social, Ana Luíza do Nascimento
Freitas, que mora no bairro da Torre, teve que ameaçar ir à Justiça para
garantir que a mãe fizesse uma tomografia de crânio. “Eu estive no hospital
para marcar o exame e a resposta que recebi foi que o plano, que pago há mais
de cinco anos, não cobria esse procedimento médico e quando eu ameacei procurar
os meus direitos na Justiça eles resolveram fazer o exame”, disse a mulher.
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